Lista #02: Quando a continuação é pior que o original

Alguns meses atrás listei aqui no blog aqueles filmes que considero as melhores continuações, em minha opinião é claro. Desta vez seguirei o caminho inverso. Vou comentar sobre algumas das piores continuações de todos os tempos. Existem filmes ruins, é claro, mas o que mais nos frustra é quando este filme ruim é a sequência de um filme bom. Por isso fico com o pé atrás nas continuações. Muitas são bem desnecessárias, é verdade, e outras são aguardadas com ansiedade pelos fãs. Mas e quando a nossa ansiedade é atendida com um filme porcaria e que nos arrependemos amargamente?

05. Piratas do Caribe: No Fim do Mundo

         Estrelado por Johnny Depp, Orlando Bloom, Keira Knightley e Geoffrey Rush o primeiro filme, A Maldição do Pérola Negra, foi uma grata surpresa no ano de 2003. Afinal quem esperava que um filme baseado numa atração do Walt Disney World seria tão divertido e renderia tão bem nas bilheterias? Com uma trama bem amarrada o filme não precisava de continuação. Mas sabe como é, né? Se deu dinheiro então por que não fazer mais filmes para faturar mais dinheiro? Eis que três anos depois chegou aos cinemas Piratas do Caribe: O Baú da Morte, que apesar de inferior em qualidade ao primeiro ainda era um filme divertido e faturou o Oscar de Efeitos Visuais. Mas a moda eram as trilogias e o filme já terminava com um cliffhanger indicando que teríamos a terceira parte, que por sinal foi gravada em conjunto com o segundo filme. Em 2007 chegou aos cinemas o longo, chato, cansativo, desnecessário e problemático Piratas do Caribe: No Fim do Mundo. Mas como não seria se as filmagens começaram sem que o roteiro do filme nem mesmo estava pronto? Nem mesmo o carisma do Capitão Jack Sparrow é suficiente para salvar o longa. Apesar disso o filme foi bem nas bilheterias e ganhou uma continuação e o quinto filme da franquia já está em pré-produção.

04. Kick-Ass 2

 Matthew Vaughn, diretor de Stardust: O Mistério da Estrela Cadente e de X-Men: Primeira Classe, dirigiu em 2010 o divertido e elogiado Kick-Ass: Quebando Tudo. Baseado na HQ de Mark Millar e John Romitta Jr a história do garoto nerd e fã de quadrinhos que veste uma roupa de mergulho e decide combater o crime tinha o humor negro no tom certo e boas cenas de ação. Apesar de ter Aaron Taylor-Johnson como protagonista o ponto alto do filme são os coadjuvantes Big Daddy e Hit-Girl, Nicholas Cage (finalmente em um bom papel depois de anos de bombas) e a carismática Chloe Grace-Moretz, além de Mark Strong como o cruel mafioso Frank D’Amico. Quando anunciada a continuação escrita e dirigida por Jeff Wadlow, Vaughn voltou apenas como produtor, pensei que teria um bom filme para comentar com os amigos. Quando vi que Jim Carrey estaria no elenco me empolguei mais ainda. Hoje agradeço a Deus por não ter conseguido ver esta porcaria no cinema. O filme é uma sequência de piadas deprimentes e cenas de humor sofrível capaz de dar inveja aos filmes dos irmãos Wayans. Como foram capazes de fazer um filme tão ruim sendo a HQ na qual ele se baseia tão boa?

03. O Filho do Máskara

         Sem Jim Carrey, sem Cameron Diaz e sem praticamente ninguém do elenco original. O filme tem uma história bizarra onde o protagonista após fazer sexo com a mulher enquanto usava a máscara de Loki (aquele mesmo da mitologia nórdica que é o irmão do Thor). Grávida de um menino que dança na barriga durante uma ultrassonografia e que faz várias coisas para atormentar com sua cabeça de CGI o pobre pai, vivido por Jamie Kennedy (aquele carinha coadjuvante dos filmes da série Pânico que nunca pega a protagonista). Sem falar no cachorro ciumento. Na trama Loki vem a Terra por ordem de Odin para recuperar a máscara. No final o filme tenta passar uma mensagem sobre a relação entre pais e filhos de modo nada original e, diga-se de passagem, bem piegas beirando ao ridículo. Sofrível é ver todos os noventa e quatro minutos da fita. Este sem dúvida alguma mereceu o prêmio Framboesa de Ouro.

02. Batman e Robin

        

Com o sucesso de Batman em 1989 era óbvio que uma sequência seria realizada. Michael Keaton interpretou novamente o homem-morcego no filme Batman – O Retorno em 1992. Novamente dirigido por Tim Burton o filme foi novamente um sucesso, apesar de ter rendido menos que seu antecessor. Com uma história mais violenta e sombria, o filme foi bem criticado. Mas se distanciou em suas temáticas do alvo que a Warner queria, o público infantil. Eis que em 1995 foi lançado Batman Eternamente o terceiro longa do Cavaleiro das Trevas chegou aos cinemas bem mais colorido e infantilizado. Tim Burton ficou apenas com a produção e o cargo de diretor foi para Joel Schumacher e Michael Keaton foi substituído por Val Kilmer no papel título. O longa que incluiu Chris O’Donnell como o Robin na história e teve Jim Carrey (terceira vez citado numa lista de cinco) como vilão Charada e Tommy Lee Jones como Duas-Caras. Com três indicações ao Oscar, todas em categorias técnicas, e uma canção tema chiclete do Seal o filme apresentou críticas razoáveis e arrecadou R$350 milhões mundialmente. Como em time que está ganhando não se mexe Joel Schumacher retornou a direção do quarto longa. Desta vez o herói seria interpretado pelo galã George Clooney que enfrentaria três novos vilões: Mr. Freeze (Senhor Gelo na dublagem brasileira), Hera Venenosa e Bane interpretados por Arnold Schwazenegger, Uma Thurman e um cara fortão. Mas o Homem-Morcego tem uma nova aliada, a Batgirl (Alicia Silverstone). Com o visual mais colorido ainda e com bat-cartões de crédito, bat-patins de gelo, bat-mamilos e bat-bundas o filme foi massacrado pela crítica e é até hoje o filme menos rentável do herói, que foi aposentado das telonas até o bem sucedido recomeço dirigido por Christopher Nolan. O filme figura em várias listas de piores filmes e até George Clooney já declarou publicamente que se arrepende de ter participado do longa.

01.Highlander II – A Ressurreição

            Em primeiríssimo lugar da MINHA lista de piores continuações do cinema está este filme que não apenas é ruim mas desrespeita a mitologia criada no original nos apresentado um filme com um roteiro cheio de furos e que usa a desculpa da ressurreição apenas para trazer de volta personagens do mundo dos mortos. O original de 1986 é um clássico pelo qual tenho enorme carinho. E sim. Pra mim ele é um CLÁSSICO! Digo inclusive que sou contra o remake/reboot que estão planejando em Hollywood a alguns anos e que já teve como possível protagonista o Ryan Reynolds (porque não basta refazer um bom filme tem de colocar um ator porcaria pra interpreta-lo). Voltando ao que interessa, no ano de 1991 somos então “agraciados” com Highlander II – A Ressurreição. Na trama os imortais são alienígenas do planeta Zeist (isso é nome pra um planeta?) que reencarnam na Terra para participar do “Jogo” de decapitar os outros até restar apenas um. Connor MacLeod é novamente interpretado por Christopher Lambert e temos Sean Connery (WHY?) como Ramirez, o mentor de Connor. No longa o vilão General Katana, que exilou Ramirez e Connor para renascerem, vem a Terra para garantir que Connor jamais retorne ao seu planeta natal. Em meio a isso Connor mata outro imortal e se torna imortal novamente. Aí eu penso, se Katana que é imortal queria Connor morto porque simplesmente não esperou mais uns anos para que o seu inimigo morresse naturalmente? Afinal ele não era mais imortal e já estava velho, né? Ainda há uma subtrama envolvendo a camada de ozônio. Detalhe: Ramirez foi ressuscitado apenas para morrer de novo. O filme é uma bomba! Se possível, foi mais criticado que o Batman e Robin da segunda posição desta lista. Quem acha que estou exagerando vá ver o filme. E não venha depois me dizer o que eu já disse, afinal eu avisei.

         Sei que muita coisa ficou de fora (Mortal Kombat: A Aniquilação, A Múmia: Tumba do Imperador Dragão, Efeito Borboleta 2, etc.), mas espero que tenham gostado da lista. Se não, não tem problema porque é a MINHA opinião. Afinal gosto é que nem suco e cada um que beba o seu. Aguardem novas listas em breve e deixem seus comentários positivos ou negativos, afinal preciso desse feedback. Até mais.